segunda-feira, 14 de março de 2011

[LETRAS] ATMOSFERA

AD ETERNUM
(Instrumental)

A CAVEIRA
Olhando para o espelho, você vê um rosto
Com pele, olhos, nariz e boca
Mas por trás, existe uma caveira
É esta caveira que é você!
É esta caveira que você é!
É esta caveira que é você!
É esta caveira que você é!
Você não é o que pensa
Não passa de uma caveira
Uma caveira
Filho da puta
Ossos, ossos, ossos, ossos, ossos e mais ossos
Ossos, ossos, ossos, ossos, ossos e mais ossos
Tornará pó branco, obra do tempo
É esta caveira que é você!
É esta caveira que você é!
Seu rosto sumirá.

RATOS MORTOS
Vivo em meio aos ratos mortos
Sem espaço pra viver em paz
Sem lugar pra me perder em paz!
Sigo procurando um lugar pra me perder em paz
Sigo procurando um esconderijo no escuro
Sigo procurando um lugar pra morrer em paz
Sigo procurando, sigo procurando, sigo procurando você
Pra me levar longe deste esgoto, me mostrar um lugar pra ficar
Não deixe a ratoeira me pegar.

NO LIMBO
Agora cada ato feito foi julgado
E transformado em punição
Chora, chora, implora perdão
Mas a quem pedir perdão
Você matou, você roubou, seqüestrou, estuprou
Chora, chora e caga nas calças
Cadê tua coragem agora
Você matou, você roubou, seqüestrou, estuprou
Chora, implora perdão, pra este deus sem coração
Que vai te afundar, em um mar, transbordando sangue
Vai te torturar, vai queimar teus olhos, cortar todos teus membros
Você vai sofrer sem fim, você vai sofrer sem fim, no limbo, no limbo
Eternamente.

O VENDAVAL
Chegou a hora venha dançar comigo
Me de sua mão vamos entrar no vendaval que irá nos levar aos céus
Nos formatar, venha comigo, vamos brincar de deus, vamos limpar os quartos
Vamos nadar no mar sem fim, venha comigo vamos voar como anjos
Vamos deitar nas nuvens, vamos transar feito animais no cio
Vamos criar um deus pra nos guiar mundo a dentro, vamos lembrar de quando éramos apenas crianças
A sonhar, a chorar por se sentir só, sem deus, com medo, sem ter aquele brinquedo, que o papai Noel prometeu
Vamos entrar no meio do vendaval
Vamos dançar dentro do vendaval
Vamos brincar dentro do vendaval
Vamos voar dentro do vendaval
Vamos cantar dentro do vendaval
Vamos sonhar dentro do vendaval
Vamos chorar dentro do vendaval
Vamos trepar dentro do vendaval
Vamos morrer dentro do vendaval.

AVE NEGRA
Afastem esta ave negra de mim, ela me segue com seus olhos de cristais
Ela que meu mal, quer me arrastar até o mar
Quer me sufocar, quer me afundar, me afogar
Quer me cegar, me perder no oceano
Me fazer desistir
Ela voa sobre o mar e eu só tento nadar, tento escapar
Não posso viver com essa nuvem negra a me seguir
Vou matá-la, vou matá-la
Não agüento mais.

QUINTESSÊNCIA
Me ama e deseja minha habilidade, renega minhas virtudes, acentua meus defeitos
Não vê, não vê, não vê, não vê
Egoísmo, concorrência, não vê, não vê, não.

NEBULOSA
Estou morto, tenho medo, da dor, da angustia, da dor da solidão, da escuridão
Do caminho, da espera fria, sangrenta
Do riso alto, do choro sem fim, das manhãs cinzas
Das tardes vermelhas, das noites roxas
Sem meu corpo, as ondas cerebrais percorrem a nebulosa
Não vejo nada alem de nuvens negras, não escuto nada alem gritos, choros e risos
Gritos, choros, risos
Gritos, risos
Sim o fim está chegando
Devo me manter na nebulosa em silêncio
Em silêncio, na nebulosa em silêncio
Em silêncio.

O ABISMO
Um abismo em movimento, tudo é abismo!
Ação, palavra, zelo, querer, medo, sinto passar o vento, por tudo
O precipício, o alento do silêncio, o terror do imenso firmamento
As unhas deste deus desenham um multiforme e eterno pesadelo
Tenho medo do sono
Da janela eu vejo o infinito a crescer
Minha alma que sempre a vertigem invade
Só invejo no nada a insensibilidade.

CARNAVAL NO CEMITÉRIO
(Instrumental)

ATMOSFERA
Me dê sua mão, veja em que dimensão estamos
A mais de setecentos mil metros abaixo do solo
Sonhando acordados
Sinto que estou de volta a minha infância
Quando eu era criança fui levado para um planeta frio
Lá se encontravam todos os mortos
Milhões, bilhões, incontáveis
Todas as almas
Estes fantasmas me perseguem
Nos corredores, nas salas
Corro para o alto, corro para o alto, corro para o alto
Mesmo assim eles me alcançam
Não consigo me livrar destas almas mortas
Querem o pouco que tenho
Querem me levar para o vale
Dizem que é tudo deles, dizem que é tudo deles, dizem que é tudo deles
Agora eu sou um deles, agora eu sou um deles
Sem história, sem começo nem fim
Eternamente vagando pelo espaço magnético
Milésima dimensão, um planeta perdido na galáxia sem fim
Na gigantesca história sem começo nem fim
Na gigantesca história sem começo nem fim
Sem lapsos, sem nexo
Sem lapsos, sem nexo
Sem lapsos, sem nexo
Sem lapsos, sem nexo
Sem começo nem fim
NADA.

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